MST segue acampado no CAB após Marcha a Salvador que durou três dias

Sem Terra protestam contra o que chamam de morosidade nas desapropriações
Ascom

Depois de três dias de caminhada, percorrendo 41 quilômetros entre Camaçari e Salvador, os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) chegaram ao Centro Administrativo da Bahia, onde deverão ficar acampados pelo menos até a próxima semana.

Apesar do cansaço da longa caminhada, e sob um sol forte, os trabalhadores rurais, antes de ocuparem as dependências do Incra e do Dnocs, no CAB, fizeram dois protestos, um em frente à Assembléia Legislativa e outro em frente ao Tribunal de Justiça do Estado, denunciando a morosidade do processo de desapropriação de terras e assentamento de famílias acampadas, e da impunidade dos autores e executores dos crimes contra as lideranças do movimento, sendo a última dela o assassinato, no último dia 2 de abril, do líder do MST de Iguaí, Fábio Santos.

Conforme explicou Marcio Matos, coordenador estadual do MST, "a marcha se torna necessária para denunciar à sociedade o descaso da justiça perante os assassinatos de trabalhadores rurais em todo o país, e, ao mesmo tempo, denunciar a existência de várias áreas improdutivas e devolutas na Bahia, que não são usadas na reforma agrária, apesar do Estado ter mais de 25 mil famílias  que vivem debaixo da lona, nas beiras das estradas, esperando pela reforma agrária", disse.